Saturday, February 19, 2005

Não baixe a guarda

É importante manter a vigilância, para não permitir que nossos piores inimigos -- aqueles que carregamos dentro de nós mesmos -- se manifestem. Pequenos vícios de pensamento nos afastam de um caminho seguro e colocam a nossa determinação à prova. Um momento de fraqueza, muita vezes concedido por nós mesmos em nome de nossas limitações: afinal, também somos humanos! Mas isso não nos isenta de tentar sempre, e melhorar.

Por isso mesmo, é importante: não baixe a guarda. Se estiver cansado, descanse. Se estiver irritado, se acalme. Mas não se permita passar dos seus próprios limites, para que não tenha que desfazer depois o mal que tenha feito.

Thursday, February 17, 2005

Dando o melhor de nós

Há um ano atrás, no dia 17 de fevereiro, meu pai se foi. Sua morte foi um momento duro mas ao mesmo tempo, sereno. Acho que dentro de nossas limitações, todos estávamos preparados para ela -- até mesmo meu pai, que lutou pela vida enquanto pode. Mesmo sem se entregar, ficou na memória a sensação de que mesmo enquanto ele lutava com as forças que ainda tinha, já aceitava seu destino.

Lembrando a data, fizemos uma breve oração em sua memória hoje, finalizada com muita emoção por minha mãe. Fizemos também uma leitura. Curiosamente, pouco antes começar a prece, abri o Evangelho Segundo o Espiritismo ao acaso, e li a passagem do 'Óbolo da Viúva'. Não achei que fosse uma mensagem destinada especialmente para esta noite, li apenas rapidamente, folheando o livro rapidamente enquando aguardava a chegada do restante da família.

Logo depois da prece inicial, abri o livro ao acaso, e novamente, recebemos a mesma passagem: 'O Óbolo da Viúva'. Na parábola Jesus compara as esmolas dadas pelos ricos, com uma abundância aparente, e as esmolas dadas por uma pobre viúva -- muitas vezes uma simples moeda. A lição da estória é que vale muito mais a esmola dada com sacrifício pela viúva, que tirou de onde não tinha para ajudar os outros, do que a doação daqueles que poderiam ter dado muito mais sem que lhes fizesse falta.

Lendo novamente, reconheci meu pai nesta passagem. Ele sempre deu tudo que tinha. Se não dava mais -- e ele, como todos nós, era longe de ser perfeito -- é porque não tinha. Cada coisa que ele legou a nós, seus filhos, amigos e familiares, tem um valor especial, porque significou o que de melhor ele poderia dar. Ninguém poderia nunca pedir mais do que isso de ninguém. Por isso, terminamos a prece com uma grande paz no coração, certos de que seu espírito, onde quer que esteja, está recebendo o tratamento daqueles que cumpriram sua missão com justiça e dignidade.